
SOMOS UM COLETIVO QUE NASCE DO
DESEJO DE MUDAR O CENÁRIO DE SUB
REPRESENTAÇÃO DAS MULHERES NO
CONGRESSO NACIONAL. MOVIDAS PELA
INDIGNAÇÃO E VONTADE DE
TRANSFORMAR ESSA REALIDADE,
CRIAMOS UMA CAMPANHA NACIONAL POR
MAIS MULHERES NA POLÍTICA.
Manifesto
PELO FEMININO NA POLÍTICA
Se uma amiga chegasse para você e dissesse animada “quero ser Deputada!”, o que você pensaria? Talvez você perguntasse: “tem certeza que é pra você? Política não é uma coisa muito pesada?” Foi isso que aconteceu até agora. Nos afastaram da política. Das decisões políticas e dos centros de poder. Nos calaram. Não nos deram voz.
Mas estamos em 2018. A hora de sermos representadas por nós mesmas chegou.
Não faz mais sentido decidirem nosso futuro no trabalho, nas relações, na forma como lidamos com nossos corpos.
Não faz mais sentido um país como o Brasil ser governado quase somente por homens.
Queremos e podemos muito, muito mais.
Queremos e devemos entrar de cabeça na política dos gabinetes.
Queremos mais afeto, sensibilidade e ética na política.
Nós, mulheres, somos mais da metade da população do Brasil. Porém, nosso Congresso é masculino – e se ele fosse uma pessoa, seria um homem branco de meia idade.
Precisamos ampliar nossos direitos de sermos ouvidas, levantarmos nossas pautas, colocarmos a nossa forma de fazer política.
Já estamos lá, poucas e corajosas, mas precisamos ser muitas mais. O poder feminino na política
precisa ganhar corpo e musculatura. Ocuparemos o corpo político. Nossas causas são nossas. Precisamos defendê-las.
Os direitos das mulheres só serão pautados se chegarmos lá, onde as decisões políticas são tomadas.
E isso só vai acontecer se formos, em grande quantidade, as Governadoras, Juízas, Prefeitas, Senadoras, Ministras, Deputadas e Vereadoras do nosso país.
Composição atual
Câmara dos Deputados
Representatividade de mulheres na política
Composição atual
Câmara dos Deputados
Fonte de dados: IBGE
Representatividade de mulheres na política
Fonte de dados: Mulheres do Brasil
Fonte de dados: IBGE
Fonte de dados: Mulheres do Brasil
(*Em maio de 2018 o TSE ampliou para 30% o percentual de recursos que os partidos devem destinar para as campanhas femininas)
Mulher & Mercado
Dados da ONU
*Em Março de 2018 a única mulher negra CEO do Brasil deixou a Presidência da Pandora
Fonte: Mckinsey
Segundo pesquisa da EPGE-FGV, divulgada em 2017, 48% das mulheres foram dispensadas após licença maternidade, diz estudo da EPGE-FGV 2017.
As mulheres ganham cerca de 27% menos que os homens no Brasil, segundo a ONU
Mais de 90% de travestis e transexuais
trabalham com prostituição segundo o ANTRA
As taxas de desemprego são maiores entre mulheres e pessoas negras, no final de 2017:
Fonte de dados: IBGE
Violência contra a Mulher
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 2015, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A maioria dos casos de estupro acontecem em ambiente doméstico/ familiar
O Brasil é o 7° país mais violento para mulheres segundo relatório da OMS, dentre 83 países.
O que estamos lendo, ouvindo e vendo

Dear White people
Série Netflix
Dear White People (em português, Cara Gente Branca) é uma série de televisão satírica americana baseada no filme de 2014 de mesmo nome. A produção foi encomendada pela Netflix e contará com dez episódios de 30 minutos cada. Justin Simien, diretor e roteirista do longa-metragem original, escreveu todos episódios da série e dirigiu o episódio-piloto. A primeira temporada foi lançada em 28 de abril de 2017.[1][2] Simien afirmou que já está pensando em desdobramentos da história para a segunda temporada da série.[3]

She’s Beautiful When She’s Angry
Documentário Netflix
Confira este documentário que apresenta um olhar inspirador sobre as mulheres brilhantes e corajosas que lideraram o movimento feminista dos anos 1960.

Eu não sou um homem fácil
Filme Netflix
Um machista inveterado prova de seu próprio veneno ao acordar em um mundo dominado por mulheres, onde entra em conflito com uma poderosa escritora.

O que é lugar de fala
Livro – Djamila Ribeiro
Muito tem se falado ultimamente sobre o conceito de lugar de fala e muitas polêmicas acerca do tema têm surgido. Fazendo o questionamento de quem tem direito à voz numa sociedade que tem como norma a branquitude, masculinidade e heterossexualidade, o conceito se faz importante para desestabilizar as normas vigentes e trazer a importância de se pensar no rompimento de uma voz única com o objetivo de propiciar uma multiplicidade de vozes. Partindo de obras de feministas negras como Patricia Hill Collins, Grada Kilomba, Lélia Gonzalez, Luiza Bairros, Sueli Carneiro, o livro aborda, pela perspectiva do feminismo negro, a urgência pela quebra dos silêncios instituídos explicando didaticamente o que é conceito ao mesmo tempo em que traz ao conhecimento do público produções intelectuais de mulheres negras ao longo da história. Em Aprendendo com o outsider within: a significação sociológica do pensamento feminista negro, Patricia Hill Collins fala da importância das mulheres negras fazerem um uso criativo do lugar de marginalidade que ocupam na sociedade a fim de desenvolverem teorias e pensamentos que reflitam diferentes olhares e perspectivas. Pensar outros lugares de fala passa pela importância de se trazer outras perspectivas que rompam com a história única.

Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis
Livro – Jarid Arraes
Desde 2012, a autora Jarid Arraes tem se dedicado a desvendar a vida das mulheres negras que fizeram a História do Brasil. E não bastava conhecer essas histórias, era preciso torná-las acessíveis e fazer com que suas vozes fossem ouvidas. Para isso, Jarid usou a linguagem poética tipicamente brasileira da literatura de cordel. E vendeu milhares de seus cordéis pelo Brasil, alertando para a importância da multiplicidade de vozes e oferecendo exemplos de diversidade para as mulheres atuais. Neste livro, reunimos 15 dessas histórias, que ganharam uma nova versão da autora, a beleza das ilustrações de Gabriela Pires e um prefácio da pesquisadora Jaqueline Gomes de Jesus. Conheça a história de: Antonieta de Barros, Aqualtune, Carolina Maria de Jesus, Dandara dos Palmares, Esperança Garcia, Eva Maria do Bonsucesso, Laudelina de Campos, Luísa Mahin, Maria Felipa, Maria Firmina dos Reis, Mariana Crioula, Na Agontimé, Tereza de Benguela, Tia Ciata e Zacimba Gaba.

O lado invisível da economia
Livro – Katrine Marçal
Considerado o Freaknomics feminista, este livro questiona o modelo masculino do pensamento econômico. Nele, a jornalista econômica Katrine Marçal explica como as bases teóricas da economia ignoram a mulher, cujo papel era provir o lar. Séculos depois, essa mesma lógica continua excluindo a mulher, que precisa fazer jornada dupla ao gerir carreira e família. Com linguagem envolvente e perspicaz e recheada de dados, a autora explica o funcionamento do mercado baseado na figura do homem econômico e defende que a única solução para uma sociedade mais igualitária é um pensamento econômico mais feminista.

Homens explicam tudo para mim
Livro – Rebecca Solnit
Em seu ensaio icônico “Os Homens Explicam Tudo para Mim”, Rebecca Solnit foca seu olhar inquisitivo no tema dos direitos da mulher começando por nos contar um episódio cômico: um homem passou uma festa inteira falando de um livro que “ela deveria ler”, sem lhe dar chance de dizer que, na verdade, ela era a autora. A partir dessa situação, Rebecca vai debater o termo mansplaining, o fenômeno machista de homens assumirem que, independentemente do assunto, eles possuem mais conhecimento sobre o tema do que as mulheres, insistindo na explicação, quando muitas vezes a mulher tem mais domínio do que o próprio homem. Por meio dos seus melhores textos feministas, ensaios irônicos, indignados, poéticos e irrequie-tos, Solnit fala sobre as diferentes manifestações de violência contra a mulher, que vão desde silenciamento à agressão física, violência e morte. Os Homens Explicam Tudo para Mim é uma exploração corajosa e incisiva de problemas que uma cultura patriarcal não reconhece, necessariamente, como problemas. Com graça e energia, e numa prosa belíssima e provocativa, Rebecca Solnit demonstra que é tanto uma figura fundamental do movimento feminista atual como uma pensadora radical e generosa.
Quer apoiar?

